A cidade é uma fonte que emana culturas, movimentos, manifestações e mutações. A cidade é amaldiçoada pelas historias de suas ruas, revoluções e pelas pessoas distraídas que caminham nas calçadas sujas do centro e periferias. A cidade é um câncer de idéias...
Segundo um dicionário conhecido, cidade é um; “Complexo demográfico formado, social e economicamente, por uma importante concentração populacional não agrícola dedicada a atividades de caráter mercantil, industrial, financeiro e cultural”
Para mim, cidade é como um cigarro, você traga, se vicia e por pior que a fumaça lhe faça, o estupro é tão intenso e saboroso que você simplesmente se deixa levar pelo prazer de um tabaco aceso. A cidade agride e amansa nossas sensações, uma relação sadomasoquista entre cervo e senhor que se revezam no controle.
Ruas, avenidas, artérias e veias que bombeiam o sangue para o corpo da metrópole, sim, ela é vida e afinal, todos somos. E aqui entra minha idéia... Contemplar a vida da cidade e a energia encefálica da mesma, ou seja, a mente, a vida o cotidiano de uma tarde/noite de alguns qual queres, dos cidadãos de bem de Goiânia.
Colide-se estilos, paisagens, tribos, ideologias, sínteses do convívio social e da experiência individual de cada um resultando em uma gama infinita de possibilidades culturais. Cada qual se integrando em sua própria comunidade e se fragmentando em comunidades alheias.
Talvez você não esteja entendendo o sentido desse texto... Pois bem, você está de fato no sentido certo. Sendo que o mesmo sempre foi na sua totalidade ate o presente parágrafo e será ate o seu fim, experimental.
A conversa entre dois indivíduos nunca tende as intenções iniciais de seu começo, sempre haverá ramificações de idéias desassociadas a finalidade inicial e é isso que gera a troca de informações e a expansão do conhecimento conjunto a partir dos saberes e incertezas compartilhadas em um dialogo. A cidade é o que é devido isso... A falta de finalidade anárquica que flui nos rios urbanos.
Toda mutação é evolução, como ouvi certa vez em uma música do Júpiter maçã, a colisão dessas idéias que aquecem o povo goiano e assim criam sua identidade. É o infindo choque da cultura de massa, contra-cultura, da arte suburbana, do underground contra o pop, são os pobres e os ricos... A arte e a anti-arte. A cidade é o caos mascarado na organização, não existe poder, existe anarquia suja quando vivemos uma política fraca e de constante tráfico de influencias. Aonde o pobre vai preso em esgotos e o nobre bebe de champanhe na cadeia, onde quem compra votos vende esperança e quem tem dinheiro esta sempre por cima da Lei...
Vamos colocar o termo Anarquia segundo um dicionário conhecido, Anarquia é; “Falta de governo ou de outra autoridade capaz de manter o equilíbrio da estrutura política, social, econômica, etc” ou então “Desmoralização, desrespeito, avacalhação”.
A cidade é a anarquização imunda da democracia disfarçada na constituição.
A cidade fede.
Esse caos é a equação que constrói nossa identidade, pois, não existe revolta sem porque e nem tragédias sem motivos e da arte nada se tira sem a inspiração de uma gota de sangue. Sem a opressão ou ideologias contraditórias não haveria punks ou hippies, sem o preconceito não haveria panteras negras ou o Rap. Sem dor não haveria sequer uma expressão de desgosto e a cidade chora e ri. Como disse Pinhead "Não há dor,(...)somente intensidade!" e a cidade fede, pois seu perfume é intenso!
A cidade é uma fonte que emana culturas, movimentos, manifestações e mutações. A cidade é amaldiçoada pelas historias de suas ruas, revoluções e pelas pessoas distraídas que caminhão nas calçadas sujas do centro e periferias. A cidade é um câncer de idéias... Necessário e inevitável. Por isso... Andemos um pouco e observemos as pessoas, pode ser interessante, quando de forma holística, elas se integram ao meio urbano.
Lucas Boina
terça-feira, 3 de maio de 2011
Assinar:
Postagens (Atom)