quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Poesia sobre o corpo gélido



Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio, tédio,
Tédio, tédio, tédio, tédio... E uma folha de papel branca. Fim.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Sobre Karen



(...)
Meu quarto, O quarto, minha caverna, meu refúgio da chuva, da tempestade, das pessoas, minha fortaleza, minha prisão, minha liberdade, meu momento, meu nome próprio. E meu quarto se chama Karen, meu eu chama-se ”um segundo sozinha” e o segundo é um ano, um ano um século e um século uma hora.
                O quarto, seus olhos se abrem pra ver a chuva e sentir a brisa no seu eu interior dizendo que os mesmos são as janelas da alma. Rezo eu que minha carne é a própria feita de éter e as janelas são elas mesmas como as retinas do meu quarto. O vento lá fora é frio as nuvens são negras e brancas e o sol espera atrás delas com intenções de retaliação, de cortá-las e iluminar o mundo. Iluminar um mundo que não pertence a mim, que não me deseja por eu não o desejar até segunda ordem. Mundo egoísta... É como um homem apaixonado.
Ele disse que me amava e eu disse que poderia esquecer a idéia. Ele o fez e me ódio desde então. Disse sobre eu ser mesquinha, ignorante e infantil, e em seguida, recusava meus comprimentos e fingia que não me conhecia. Não somos mais amigos e negócios à parte, tudo é uma questão de ter que suportá-lo e falar mal pelas suas costas abrindo minhas persianas e sussurrando. “Você que é um bastardo sem coração, colega”. Claro que isso não passa de analogias e comparações bobas e erradas. Como as sobre meu quarto, sobre as janelas e sobre eu mesma.
O barulho do vento me agrada e o cheiro da chuva na terra também. Tons cinza, branco e a leve claridade de uma tarde de chuviscos são muito bem vindos e a harmonia do vazio é um doce com uma fina cobertura de caramelo recheado com um saboroso chocolate esparramado sobre um morango fresco. E não me entenda mal, não sou nenhuma anti-social ou depressiva, só aprecio minha poética de solidão, em outras palavras...

_ É bom ficar sozinha às vezes.
 (Pensei)
(...)

Lucas Curado