domingo, 2 de maio de 2010

A pantera do passado

A lembrança é como o vento
Às vezes sopra suave
Beija as velhas cicatrizes
E se vai sem machucar

Nem sempre porém faz brisa
Há dias em que vendavais
Uivam longes indormidos

E lavas de nunca mais
Rubras de amores e infâncias
Estouram contra o presente

Toda a carga de distâncias
Que a pantera do passado
Põe no vento em garra e fera

É assim que nos tempos bons
sequer se lembra o ditado
Tão sentido às tempestades
"... Quanto dói uma saudade!"

Arcélio Curado

(Homenagem a meu falêcido tio Arcélio Curado grande poeta que me inspirou a escrever)

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