sexta-feira, 30 de abril de 2010

Dejeto poético

Acalmar-me-ei das angustias pra escrever meus versos. Não suporto mais a agonia de viver com brasas no peito e estacas no coração. São rachaduras que brotam de minha fronte, fazendo assim, escorrer cada idéia espremida da minha cabeça.
Já não posso me deleitar de suculentas palavras de uma poesia ou uma insurreição epifanica inspiradora. Pois não tenho mais para quem escrever, minha poesia se tornou vazia e seca. Só resta-me a egolatria e o egoísmo da metalinguagem.
Vejo que é fúnebre uma folha em branco. Preferia vê-la suja de meu próprio sangue a ter de tê-la ausenta de vida. Hei que choro meus amores esquecidos. E fadigado busco ar em incertezas passionais.
O poeta não deve ser feliz e nem deve ser triste, é vazio o sentimento solitário. Tempos de alegria e estabilidade nos bloqueia a evolução, e encontra partida, tempos de tormenta e desventuras nos abala e fustiga-nos ao suicídio.

Flores um dia morrem... Eu só apodreço.



(E agora estou sozinho)

Lucas Boina

"Dedico isso a eu mesmo"

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